quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

RELAXE!

Trecho de "A Importância do Palavrão", por Millôr Fernandes:

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de (foda-se!) que ela diz.

Existe algo mais libertário do que o conceito do “foda-se!?”

O “foda-se!” aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas, liberta-me.

- “Não quer sair comigo?” então, “foda-se!”
- “Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! então, “foda-se!”

O direito ao “foda-se” deveria estar assegurado na Constituição.

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário de expressões que traduzem com maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos.

É o povo a fazer a sua língua. Como o latim vulgar, este virá a ser o português vulgar que vingará, plenamente, um dia.

(...)

Então:
- Liberdade,
- Igualdade,
- Fraternidade,
- E… Foda-se!!!

Mas… não desespere, este país ainda vai ser “um país do caralho”!

EUA 2

Sempre discuto com meu namorado americano sobre política. Ele odeia pelo motivo clássico: "nunca dá pra saber a verdade". E acho que esta é a única verdade sobre esse assunto. Os reais motivos para um guerra, por exemplo, nunca se sabe. Por mais que apareça na tv, nos jornais ou em livros, nunca se sabe. Toda vez que tento impor minhas idéias socialistas de que os EUA só tem dinheiro porque fazem guerras e se aproveitam delas, ele sempre rebate com: você sabe o motivo? Nós aqui achamos que estamos nos defendendo enquanto outros lá acham que nós atacamos primeiro... Onde você viu que somos culpados? Nas notícias?
E eu continuo com minhas convicções, afinal, como uma boa futura advogada não posso me deixar levar por qualquer argumento. Mas, no que eu sempre perco são exemplos. Na verdade, meus exemplos são do que eu li, do que vejo em fotos, do que eu soube pela mídia... Os exemplos que ele usa contra-argumentando são de experiência própria e esses eu não posso negar. Acho que muito da diferença daqui para os outros países "sub-desenvolvidos" é a família, a instituição primordial. Conversando com o meu sogro - ah! e essa é uma peça muito legal de se conversar e ver o lado de um capitalista conservador: sempre que ele se refere ao Obama é como "esse socialista, marxista talvez, quer acabar com o país" - dá pra perceber a importância da família para os americanos e que o país está aos poucos perdendo esse costume e ficando cada vez pior. Eu não sei se eu dei sorte com as famílias que conheci, mas eu vejo mais respeito aqui. De maneira geral, eu digo. É claro que é verdade que quem faz o serviço pesado aqui são os latinos. Quem trabalha em fast foods, serviços gerais e afins são na maioria mexicanos. Mas daí a ser escravizado, acho que é outra questão. O salário mínimo aqui são mais ou menos $7.25 por hora, assim dá pra calcular a "escravidão" que nós achamos que eles fazem com outros povos. E sendo sincera, se eu fosse americano teria uma certa xenofobia porque em todo lugar aqui as pessoas falam espanhol e muitas vezes erram seus pedidos por não entenderem o inglês direito. Mas enfim, não vi aqui até agora condições ruins de trabalho e nenhum latino reclamou até hoje pra mim do seu emprego, pelo contrário, todos preferem continuar aqui do que voltar para seu país de origem porque aqui "as coisas funcionam". Se você processa, você ganha efetivamente, não demoram anos e anos pra você ver a cor do "money" - se ver. A polícia funciona até demais, pobre do meu namorado que levou duas multas e teve que ir pra delegacia por não ter visto uma placa de "não vire à direita". Como ele mesmo diz, "não tem crime e esses policiais não tem o que fazer a não ser comer donuts e beber café". Mas, apesar de irritado, ele acha necessário porque se a polícia abre mão de um erro, poderá abrir mão de outros (o que acontece e muito no Brasil).
E pra falar a verdade, eu acho bonito o patriotismo deles. Meu namorado diz que o povo se sente abençoado por ter nascido aqui.

Mas não estou dando as costas pro Brasil com esse post, como disse anteriormente, considero o patriotismo bom de certo modo e eu não sou hipócrita do tipo de admirar e não fazer. Amo meu país. E até agora não vi nada comparado a beleza do Rio aqui. Mas, também não vi nada comparado à sujeira, à violência, ao caos...

PS: É por isso que eu amo essa música que ensejou meu blog, porque posso não ganhar nos outros argumentos contra os americanos, mas se tratando de guerra - apesar que ele sempre joga na minha cara a "nossa guerra civil de todo dia" - eu sempre consigo demonstrar que os motivos nunca justificam.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

PEROLA

A gente sempre se depara com perolas nesse mundo internauta, mas essa eu tive que postar. Foi um comentario num video do Chico Buarque e Tom Jobim cantando "Sem Compromisso" no youtube:


"jonesclaro10 A primeira coisa que a mulher faz no homem é excitá-lo pondo a boca no pinto ainda mole .Esse é o maior erro não deixa. A saliva independente da boca de ter ou não feridas, cáries, gengivites te passa hiv. Faça assim: Com uma das mãos voçe segura seu pinto protegendo a cabeça + 5 cm para baixo O pinto ficou duro coloca camisinha e não tira mais. Enquanto não fizerem um trabalho nesse sentido muitos irão se contaminar."

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

EUA

Eh, estou nos "isteites". E por isso mesmo esse post nao vai ter acento, ja que o teclado daqui nao eh configurado para tanto. Ta um frio polar aqui e neve por todos os lados. As vezes essa situacao me irrita um pouco porque eu sou o extremo de friorenta (ate no Brasil eu sinto frio onde nao existe) e o extremo de distraida, assim vira uma mistura perigosa de tombos no gelo escorregadio, nariz vermelho e luvas perdidas em cada banheiro que vou. Fora isso, aqui ta tudo muito bem, obrigado. Na verdade, nao consigo enxergar no povo americano ainda esses monstros capitalistas que eu sempre desenhei mentalmente. Ainda tenho minha filosofia socialista de que "os EUA querem controlar o mundo e explorar os paises pobres" e blablabla, mas o que eu vejo aqui sao pessoas bem educadas, ruas limpas, transito organizado e confianca no proximo. Eu sei la de estatisticas, estudo Direito e alem disso encontro-me de ferias e nao vou encher minha cabeca com essas coisas, mas todos dizem sempre que as estatisticas mostram o quanto os EUA poluem o mundo. Hipocrisia a parte, pelo menos eu vejo aqui muita gente levando bolsas ecologicas para as compras do mercado e fazendo reciclagem.

Eh claro que ferias eh tudo muito bom e tudo muito bem. Viver num lugar eh completamente diferente. Mas, sabe de uma coisa? Eu sempre falei que nao conseguiria viver sem meu samba, funk e sol o dia inteiro. Sempre defendi o Brasil com unhas, dentes e pensamentos. Mas a situacao muda quando se conhece outro pais. O pais de ferias na verdade seria o Brasil porque por um mes eu consigo ficar na praia, no calor, nas belezas naturais. Mas acho que consigo mais ainda viver minha vida sem transito de 3 horas, sem esconder dinheiro na meia e sem precisar estudar e trabalhar que nem uma condenada pra ganhar o suficiente e olhe la!